sábado, 4 de junho de 2011

Creatina - Mecanismo de ação e princípios para suplementação

Atualmente, nota-se grande uso do suplemento Creatina em academias e centros desportivos, mas poucos conhecem o mecanismo de ação e para que tipo de esporte ou fase do treinamento esta se destina.

A fosfocreatina caracteriza-se por uma reserva de energia presente no citossol da célula muscular. Está concentrada cerca de 10 vezes mais do que o ATP e necessita apenas de 1 reação, que ocorre sem a presença de oxigênio para que a ressíntese de ATP seja concluída, caso necessário.






Nos exercícios de ALTA INTENSIDADE, a necessidade de ressíntese de ATP é maior do que a absorção de O2 pelo organismo, caracterizando assim a produção de energia de forma anaeróbia. Sendo assim, ao iniciar uma contração muscular desse tipo, há uma transição rápida de baixa para alta demanda de energia que ultrapassa a quantidade proporcionada pela quebra dos nutrientes armazenados no organismo. Sendo a quantidade total de energia ATP proporcionada pelo sistema limitada (6mmol/kg), o uso de fosfocreatina (CP) é necessário para o tamponamento do acúmulo de ADP. Porém, este também apresenta-se estocado em pequena concentração, por isso, o nível de CP cai muito já durante os primeiros 10 segundos de realização do exercício, necessitando de abastecimento de suas reservas. As reservas são reabastecidas através do sistema aeróbio e levam em torno de 3 minutos para serem totalmente repostas.


Diante dessa evidência, inúmeras pesquisas científicas foram realizadas e demonstraram um efeito ergogênico com a suplementação, ou seja, um aumento da performance em modalidades específicas anaeróbias de curta duração, que apresentam as capacidades físicas determinates força, potência e velocidade. Entre essas encontram-se, por exemplo o futebol, corridas de velocidade, levantamento olímpico, braço de ferro e halterofilismo. O resultado deve-se ao aumento das concentrações de fosfocreatina e creatina intramuscular do indivíduo suplementado, favorecendo a conversão da primeira em ATP, bem como sua ressíntese na fase de recuperação retardando a fadiga. Sendo assim, é evidente que a suplementação não seria interessante para atividades que exigem muito da capacidade física aeróbia, tal qual corredores de longa distânica e triathlon.

A ciência demonstra ainda que não há efeitos colaterais negativos nos trabalhos com suplementação de creatina, esta apenas necessita de uma pausa na sua utilização para que ocorra síntese endógena de CP restaurando as reservas do organismo.

Entre os benefícios observado, além da maximização nos esforços de curtíssima duração, ocorre o aumento na porcentagem de massa magra, determinada como massa livre de gordura, que pode não significar ganho de massa muscular, já que grande parte deste aumento deriva do aumento da reserva de glicogênio e conseqüente retenção hídrica, já que cada 1 grama de molécula de glicogênio adere-se a 2,7 gramas de moléculas de água.