quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O treinamento de força e a microlesão muscular

A estrutura muscular e o mecanismo de contração

O músculo estriado esquelético é compostos por fibras musculares organizadas em feixes denominados fascículos. As fibras musculares são compostas por miofibrilas que contém unidades contráteis chamadas sarcômeros. Este é composto por filamentos protéicos alinhados entre si, actina e miosina.
Basicamente, a contração depende da união forte da miosina com actina e conseqüente deslizamento da actina, causando aproximação das linhas
Z e encurtamento do sarcômero.

O treinamento hipertrófico e danos musculares

O treinamento com pesos visa à manipulação de forma aguda das variáveis, tais como, intensidade, volume, pausa, velocidade de execução, escolha de exercícios e ordem dos mesmos, influenciando cronicamente adaptações orgânicas.
Umas das adaptações incrementais do treinamento com caráter hipertrófico é a indução do tecido muscular a lesões em sua arquitetura, sendo essas caracterizdas por:
• danos às proteínas do citoesqueleto,
• desorganização da estrutura miofibrilar,
• rompimento, alargamento e prolongamento da linha Z e
• comprometimento à ancoragem dos filamentos finos.


O processo de lesão divide-se em 4 estágios:
• Indução aos microtraumas descritos em situação de exercício
• Após algumas horas há um processo de degradação das estruturas lesadas
• A seguir, ocorre uma resposta inflamatória do tecido que pode durar 48 horas ou mais 
• E enfim, a regeneração da fibra muscular e conseqüente aumento transversal, a partir da alimentação adequada no momento adequado.

Um dos principais fatores para o ocasionamento das microlesões é a realização da atividade de contração muscular de forma volumosa e intensa, caracterizando um grande estresse mecânico. Estudos científicos demonstram ainda que o treinamento excêntrico promove maior magnitude de danos ao tecido muscular a medida que o músculo é alongado, durante a produção de força. Tais estímulos determinam padrões de expressão gênicos que influenciam positivamente o processo de síntese protéica, assim como o estado metabólico, sinalizando adaptações na massa muscular total e eficiência da atividade contrátil.
Bom treino para todos!

Stefania Bianchi

Personal Trainer
Bacharel em Treinamento e Especialista em Bioquímica do Treinamento FEF/IB UNICAMP
tebianchi@hotmail.com