segunda-feira, 25 de março de 2013

Sobre as bases do meu trabalho



O que representa a hipertrofia muscular?

Este é o processo de aumento do tamanho da fibra muscular no sentido transversal.



O que a hipertrofia significa para o organismo?

Quando maior for o peso em músculos de um organismo, maior será seu metabolismo basal, resistência a estímulos de cargas, sendo menor  o impacto e desgaste sobre as estruturas articulares. Tudo isso, facilita com que o corpo trabalhe a nosso favor no dia a dia e garantindo qualidade de vida.

Como citado no link abaixo, o Metabolismo basal representa a quantidade de energia, contabilizada na forma de calorias, que nosso corpo utiliza, diariamente, para a manutenção das funções fisiológicas em repouso, como as do sistema nervoso, pulmonar e músculo esquelético, entre outros. Este depende de fatores como nossa relação de peso corporal com a massa muscular e a gordura, idade, sexo e prática de atividades físicas.

Pensando nisso, os músculos são os componentes manipuláveis responsáveis por otimizar a capacidade de consumo de calorias diárias em nosso dia a dia. Quanto maior a quantidade de massa muscular presente, mais calorias estaremos consumindo.


Onde esse processo é iniciado?

Para que um efeito de hipertrofia sobre as fibras musculares seja exercido, primeiramente, devemos saber se as fibras musculares estão de fato trabalhando para nós. 
Para isso, é importante entender que a contração muscular é iniciada pela emissão de um  impulso nervoso através dos neurônios, que alcançam a célula muscular por meio de uma junção neuromuscular,  correspondente a uma conexão entre o nervo e o músculo. 

Em indivíduos sedentários, devido a falta de utilização de determinados músculos e suas fibras, essas permanecem em um estado “latente”, ou seja, os neurônios não enviam suficientes  informações por intermédio dos potencias de ação

O aumento no número de células em atividade chama-se recrutamento, e para que essas trabalhem a nosso favor, devemos executar um treinamento específico para recruta-las.


Mas quem são nossas fibras musculares?

Um conjunto de unidades motoras (UMS) representa uma fibra muscular. Esta é formada por miofibrilas que  por sua vez, são divididas em miofilamentos proteicos de actina e miosina, responsáveis pela contração muscular.

 As fibras são classificadas segundo:

  •  a velocidade com que a isoforma da cabeça pesada da miosina (que é a porção deslizante na contração) quebra o ATP (que é o formato mais simples de uso e armazenamento de energia pelo organismo)

Fibra Tipo 1: lenta e muito resistente a fadiga, possui baixa capacidade de produção de força e hipertrofia. Possui baixo limiar de excitação.
Fibra Tipo 2 A: rápida e resistente a fadiga, possui alta capacidade de produção de força e hipertrofia. Possui alto limiar de excitação.
Fibra Tipo 2 X: rápida e fatigável

Especialmente, em pessoas destreinadas, há altas concentrações de fibras tipo 2x e tipo 1, mas nosso maior enfoque é nas fibras do tipo 2A,  sabendo que o treinamento possibilita a interconversão de fibras do tipo 2x para 2A.



 Como os diferentes tipo de fibras são requeridos?

Segundo o Princípio do Tamanho de Heneman, o recrutamento de UMS seguem um caminho estereotipado: a partir de um estímulo de carga, primeiro unidades tipo 1 com menor limiar de ativação são requeridas...








....aumentando a intensidade do estímulo, entram no pool as fibras tipo 2 que possuem maior limiar de ativação. Ou seja, quanto mais alta for a carga no processo de treino, maior será o número de potenciais de ação emitidos, maior quantidade do neurotransmissor acetilcolina será liberado, mais fibras tipo 2A serão recrutadas para o trabalho e maior será o desenvolvimento das capacidades de força e hipertrofia. 

A explicação da sequência no recrutamento das UMs baseou-se nas das análises do limiar de excitabilidade das fibras musculares, sendo que as unidades motoras tipo 2, possuem um alto limiar de excitabilidade, ou seja necessitam de estímulos muito intensos para que os potenciais de ação sejam disparados e a contração aconteça.


Qual é o procedimento utilizado durante o processo de treinamento?


Treinamento de caráter Neural
Caracterizado por um trabalho neural, com altas intensidades ou grandes cargas, atinge fibras com maior limiar de ativação, permitindo o recrutamento das fibras musculares tipo 2 ativas e sincronização, aumento na velocidade de condução e na frequência de disparo dos potenciais de ação, maior ativação de grupos musculares agonistas e inibição de antagonistas.

Treinamento de Resistência de Força
Caracteriza-se por um trabalho morfológico, com alto volume ou grande quantidade de séries e repetições, atinge uma grande porcentagem de fibras de diversos tipos, pelo aumento no número de proteínas miofibrilares, resultando no aumento de unidades motoras (UM), bem como no aumento do volume muscular, através da fadiga das mesmas. Vale ressaltar que este trabalho é valido para indíviduos que já possuem um ótimo recrutamento de fibras tipo 2, sendo de pequeno valor para indivíduos sedentários.



Através de quais princípios e métodos atingiremos esses objetivos?


A Periodização do treinamento ou sistematização do treinamento ao longo de um período determinado, no meu trabalho, é composta de um mesociclo de 6 semanas. Durante esse período, considero e alterno as variáveis do treinamento a fim de garantir a que os tecidos se adaptem constantemente a um novo estímulo, garantindo ganhos:



Sendo assim, o modo mais rápido e eficaz de alavancar este processo é a partir do treinamento de força aplicado periodicamente a suas variáveis. Estes são responsáveis pelo incremento de nossas capacidades biomotoras, como o aumento na capacidade do músculo de gerar força e potência, de forma neural ou morfológica.

Obrigado a todos!


Stefania Bianchi - Personal Trainer  
Bacharel em Treinamento e Especialista em Bioquímica do Treinamento FEF/IB UNICAMP
19 93994697